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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

TEM GENTE QUE É ASSIM: FALA SEM DIZER NADA...

Somos muitos redundantes. Repetimos, obcecados, as mesmas idéias que já formulamos. Na mesma frase acumulamos informações superpostas, congestionando o trânsito verbal. Empilhamos uma em cima da outra ( e seria possível empilhar de outra forma?) as palavras dessa torre de babel. Perdemos tempo (nosso e alheio) empregando demasiado tempo para dizer que o tempo não se pode perder. Acrescentando ao dito o que, não-dito, melhor seria não dizer.
Quando eu chovo, chovo no molhado, o que provoca uma enchente de idéias inúteis. O velho subir para cima. O mais velho ainda descer para baixo.


Um escritor anuncia na entrevista: Estou escrevendo a minha autobiografia”. Maior feito literário seria escrever a autobiografia de uma outra pessoa.

O político afirma no discurso: “Não há outra alternativa!” Mau sinal...Por que mencionar esta outra, uma vez que alternativa significa justamente outra opção?

O garçom comunica: “Servimos canja de galinha”. A canja só pode ser de galinha, a menos que falte galinha nessa canja.

O médico pontifica: “O terçol nos olhos é um problema corriqueiro.” Então porque não deixar a palestra para o dia em que o terçol afetar outros órgãos?

A socióloga debate: O elo de ligação que une essas pessoas...”
O historiador observa: “Os faraós do Egito...”
O economista analisa: Os preços aumentaram mais...”
A professora interpreta: “O principal protagonista do romance...”
O cantor canta: Detalhes tão pequenos...”
Alguém, cansado de tanta redundância, diz: Precisamos encarar de frente esse problema da redundância!” Se fôssemos encarar de costas seria uma senhor torcicolo!
Texto de Gabriel Perissé.

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