O salmão que você come nem sempre é salmão
Pode ser outra coisa: truta salmonada. A truta e o salmão integram a família
dos salmonídeos e têm gosto bem parecido - só que a truta é mais barata. Por
isso, há produtores que dão às trutas uma ração aditivada com corante, para que
elas fiquem rosadas, visualmente idênticas ao salmão. Se a truta for consumida
na forma de sushi, cortada e misturada com shoyu, é muito difícil notar
diferença no sabor. O próprio salmão também é alimentado com corantes - porque,
como é criado em cativeiro, não tem acesso aos crustáceos dos quais se alimenta
na natureza, e que dão a ele sua cor rosada natural. "Os criadores colocam
na ração os pigmentos astaxantina e cantaxantina, que podem ser sintéticos ou
extraídos de algas", afirma o engenheiro de alimentos Cláudio Lima.
O mundo dos peixes, aliás, está cheio de pegadinhas. O linguado geralmente não
é linguado, e sim merluzão, e o badejo na verdade é abadejo - mais barato e
importado da Argentina. "Os restaurantes fazem de tudo, pois ninguém sabe
o que come", revela o chef de um restaurante de São Paulo, que prefere não
se identificar. "Tem um peixe chamado abrótea que pode ser salgado para
parecer bacalhau. O processo de preparo é o mesmo. Se você encontrar um prato a
R$ 20 e outro a R$ 80, saiba que o mais barato não é bacalhau." A abrótea
vive no Atlântico Sul - bem longe da Noruega, lar do bacalhau.
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